terça-feira, 8 de maio de 2012

O Clan(nibal) Bean

 
Já que a moda agora é digerir carne humana vou estar postando por aqui algumas matérias sobre os canibais pelo mundo. Como o assunto "Canibais de Garanhuns" já virou carne de vaca (ou de gente!) vou mandar uma sobre um adorável devorador de gente ilustremente desconhecido...

Alexander “Sawney” Bean nasceu em East Lothian, Escócia, durante o reinado de Jaime I (1406-1437). Era oriundo de uma família de escavadores/pedreiros e ainda jovem arranja uma companheira, de seu nome Black Agnes Douglas (que segundo algumas lendas era bruxa) e foge da terra natal para se dedicar, com ela, ao banditismo. Viriam a instalar-se numa caverna que ficava junto à praia em Bannane Head, actual South Ayrshire. Inicicialmente, Sawney e a mulher limitavam-se a assassinar viajantes e ficavam apenas com o dinheiro, nunca com os bens - porque através destes podia ser estabelecida uma ligação criminal. Mas a família começou a crescer, e as crianças herdaram dos pais o hábito de matar e roubar para viver... 
 
o Casal teve 8 filhos e 6 filhas que por sua vez, através de ligações incestuosas, deram aos pais 18 netos e 14 netas, todos a viver numa gruta (hoje tida como atração turística) que penetrava na terra por quase 200m, com várias galerias e “divisões”. É muito imporante o fato da gruta ter uma entrada apertada que fica bloqueada quando a maré sobe. Serão estas condições geológicas que permitirão à família Bean transformar-se num caso de “serial killer”, impunemente, durante 25 anos.
 
À medida que a família crescia e que os hábitos pouco trabalhadores dos pais passavam aos filhos e aos netos, começava-se a por um problema que o dinheiro roubado aos infelizes viajantes já não podia resolver: o da alimentação. É então que a família além de matar os viajantes começa a aproveitar os corpos como alimento (conservando em vinagre e comendo no dia seguinte), e à medida que a família crescia, mais carne era precisa – mas por outro lado havia mais gente para participar nas emboscadas, sempre feitas durante a noite, e cortar qualquer via de fuga. Durante 25 anos assim viveu esta família – não havia testemunhas... nem corpos! Sawney e sua família nunca saíam durante o dia e durante 25 anos conseguiram eliminar qualquer pessoa que os visse a vaguear à noite e levantasse suspeitas sobre a existência de uma família canibal de 48 pessoas na imediações! As partes que não aproveitavam (ossos principalmente) eram jogados ao mar e iam parar nas praias vizinhas, o que assustava ainda mais as pessoas, mas não trazia pistas sobre os crimes, especialmente numa época de fortes superstições. As pessoas, de tempos em tempos, simplesmente desapareciam naquela zona, sem deixar rasto, principalmente forasteiros...
 
À boa maneira medieval muitas pessoas das vilas das redondezas foram condenadas, mas os desaparecimentos continuavam...

Diz a lenda que o clã matou pelo menos 1000 pessoas, até ao dia em que, tentando assaltar um casal que vinha montado num cavalo, deixaram escapar o homem (a mulher foi derrubada do cavalo e morta) o homem alertou as autoridades que depressa fizeram a ligação com os desaparecimentos dos últimos anos. Diz-se que o próprio Jaime I liderou uma força de 400 soldados e alguns cães que depressa guiaram os homens à obscura gruta. Na gruta havia restos humanos e bens roubados ao longo dos anos por todo o lado. A família foi levada para Edimburgo não tendo sequer tido direito a julgamento porque segundo a lenda Jaime I terá ficado de tal forma chocado que recusou conceder o estatudo de seres humanos à família. Os homens seus braços e pés amputados e sangraram até à morte enquanto as mulheres e as crianças foram queimadas vivas.

Cannibal! The Musical


"Cannibal! The Musical" (originalmente conhecido como "Alferd Packer: The Musical") é uma comédia de humor negro de 1993 escrita independente dirigido e estrelado por Trey Parker (co-criador do desenho South Park), enquanto estudava na Universidade do Colorado, em Boulder. É vagamente baseado na história verídica de Alferd Packer e os detalhes sórdidos da viagem de Utah para o Colorado, onde devorou seus cinco companheiros de viagem. Trey Parker (creditado como Juan Schwartz) estrela no filme como o próprio Alferd Packer.

Em 2001, uma produção teatral foi encenada no Teatro Kraine na East 4th Street, em Nova York. O show continuou a encontrar pequenos teatros e audiências em toda a América e o espetáculo seguiu por muitos anos.

A produção do filme começou como um curta de três minutos feito para uma aula de cinema, mas o trailer chamou tanta a atenção que Parker e Stone levantaram cerca de US $ 125.000 e começou a filmar esta louca história como um longa-metragem. O filme foi rodado durante a semana e nas férias de Primavera em 1993, e de acordo com Ian Hardin, a maior parte do elenco não tinha nenhuma experiência com cinema profissional. No início das filmagens, Parker foi arremessado de um dos cavalos tocando "Liane ", fraturando o quadril na queda.
 

O filme foi originalmente intitulado "Alferd Packer: The Musical" e estreou em 31 de outubro de 1993, em Boulder, Colorado, em um cinema perto da Universidade de Colorado. Um protesto falso organizada por amigos de Parker e Stone, organizado nos moldes de uma manifestação pelos direitos dos animais, foi utilizado na frente do teatro para chamar a atenção dos pedestres. O filme não foi lançado em geral, até 1996, no entanto, quando a Troma Entertainment pegou o projeto e rebatizou-o de "Cannibal! The Musical" com a preocupação de que algumas pessoas de fora do estado do Colorado não soubessem quem fôra Alferd Packer, o filme começou a ser distribuído amplamente. A sátira animada de Matt e Trey, "South Park", estreou no ano seguinte.

Seguindo o sucesso de "South Park", Lloyd Kalfmann relançou o filme em VHS e DVD fazendo com que o filme desfrutasse de um status cult decente. O DVD contém um "Drunken Director's Commentary" onde Parker e Stone, juntamente com a maioria do elenco ficavam bêbados enquanto vêem o filme, embora existam alguns momentos em que os comentários ficam em off (por causa do gravador ter sido desligado acidentalmente ou talvez porque falavam tanta merda que mais tarde decidiram que ninguém deveria ouvir tudo aquilo).
 

O filme já foi lançado em UMD para o PSP da Sony. A edição especial do 13 º Aniversário foi lançado pela Troma com recursos adicionais, incluindo novas entrevistas com o elenco e a equipe.
 
Para maiores informações acesse o site oficial do filme e tenha um bom apetite!
 
Little Eddy

Flesh for Frankenstein (1973)


Este filme de Paul Morrissey é provavelmente a adaptação mais esquisita da lendária obra de Mary Shelley que eu já vi! Em comparação com o "Frankenstein" (1931), de James Whale, estrelado pelo ícone do horror Boris Karloff, "Flesh for Frankenstein" não possue nada do charme romântico do original. O diretor Paul Morrissey criou um cenário bizarro e grotesco que contém uma abundância de sangue e tripas, humor negro, incesto e necrofilia. Alguns momentos calmos entram em contraste com a brutalidade gráfica (e exposições de nú frontal) tangente no filme.

Outro fator interessante é a utilização "emprestada" do nome de Andy Warhol para o título do filme. Errôneamente tido como diretor, Warhol teve apenas seu nome creditado ao filme como forma de promover a película dos reais diretores ( Morrissey e Margheriti) que seriam algo como seus "afilhados artísticos"...Vai saber!!!

O enredo é o mesmo de centenas de outras adaptações. O Barão Frankenstein, (interpretado por um incrívelmente desequilibrado Udo Kier) está em busca da cabeça sérvia perfeita para completar o seu monstro fodedor macho (a versão feminina serve como fonte dos desejos do cientista e é interpretada por Dalila di Lazzaro). A Baronesa (Monique Van Vooren), por outro lado, encontra-se descontente sexualmente com seu irmão/marido, enquanto dois camponeses (Joe Dallesandro e Srdjan Zelenovic) resolvem visitar um bordel em meio a uma tempestade. Para completar a bizarrice, há um par assustador de criançinhas que vagam silenciosamente dentro e fora do filme. Como o assistente do cientista louco temos Arno Jeurging como um chorão Igor, que insiste em apresentar nudez frontal masculina. No decorrer da história uma mistura de sensualidade/grotesco toma conta da trama e tudo se resume a uma pilha de cadáveres no final.

O ridículo de "Flesh for Frankenstein" é, felizmente, também a sua graça salvadora. Ao contrário dos filmes "camp" que atropelam os requisitos que lhes deram vida, "Flesh..." é claramente um rebento de "I Vampiri" com Dario Argento. Morrissey trata seus personagens com cuidado, mostrando não apenas a sua insanidade, mas também apresentando-os como verdadeiras estrelas. Todo mundo é bonito e tudo é gótico. Do castelo sombrio de Frankenstein ao brilhante laboratório em uma caverna, cada cena é construída para obter um impacto dramático maior, mesmo que o efeito cumulativo de todo o drama seja uma risadinha...heheheheheh...

Eu até poderia escrever sobre os aspectos raciais, sexuais e políticos de "Flesh for Frankenstein", mas para quê? Está tudo lá na superfície e essa é a verdadeira grandeza do filme. Nunca tenta ser mais do que é: divertimento sangrento e sensual. Provocante, mas mesmo assim uma recomendada mistura entre splatter e arte.


Título: Flesh for Frankenstein / Andy Warhol's Frankenstein
Ano: 1973
Country: USA, Itália, França
Diretores: Paul Morrissey, Antonio Margheriti
Roteiro: Paul Morrissey
Elenco: Udo Kier, Monique Van Vooren, Dalila Di Lazzaro, Arno Jeurging, Joe Dallesandro e Srdjan Zelenovic

Little Eddy

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