quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Gutterballs: Loosers, vagabas e uma pista de boliche


"Um estupro brutal leva a uma série de bizarros assassinatos sangrentos durante uma competição em um boliche popular. Um por um, os jogadores das duas equipes sofrem mortes horríveis nas mãos de um assassino mascarado. O sangue e a violência vai correr até o nascer do sol.”

Com esta “magnífica” apresentação, Ryan Nicholson apresenta sua produção debutante intitulada Gutterballs. Para os dementes mais desinformados o Sr. Nicholson é o responsável por pérolas melequentas como “Hanger” (2009) e “Star Vehicle” (2010). Eu ainda não assisti “Star Vehicle”, mas “Hanger” é a minha tosqueira favorita deste gordo canadense e suas bizarrices sexuais.

A trama de “Gutterbals” é a seguinte: três grupos de jogadores estão em uma pista de boliche. Um grupo consiste em "fodões do pedaço", o segundo é composto de periguetes com um travesti (Jimmy Blais) entre elas e o terceiro grupo é formado por “garotos estilosos do gueto”. De qualquer forma são todos perdedores. Há uma rivalidade “amigável” acontecendo entre Jamie (Nathan Witte) e Steve (Alastair Gamble), mas de repente uma confusão é armada e os três grupos começam uma briga. O dono do boliche (interpretado por Dan Ellis) resolve parar a baderna com um rifle e oferece a todos uma chance de resolverem suas diferenças de forma não violenta: deveriam voltar na noite seguinte para disputarem uma partida na pista que decidiria qual seria o melhor do boliche.


Depois de algumas “manifestações fraternais” entre si os jovens decidem rumar para suas casas, mas Lisa (interpretada pela deliciosa Candice Lewald que joga boliche com uma microsaia e SEM CALCINHA!!!) descobre que esqueceu sua bolsa no boliche e retorna para buscá-la. No interior da pista é encurralada pelo grupo de fodões liderado por Steve e é estuprada por todos os membros da gangue e “finalizada” com um pino de boliche útero adentro. Na noite seguinte os grupos retornam ao boliche e misteriosamente são todos atacados por um assassino sem rosto que se intitula BBK.

Isso seria comum num filme slasher se tudo não fosse fodido por pequenos e “imperceptíveis” detalhes técnicos. A garota Lisa foi praticamente empalada pela base de um pino de boliche e aparece no dia seguinte como se estivesse espremido uma espinha; não há nenhuma razão para a forma como as vítimas são escolhidas. Eles existem apenas para serem mortos de formas explícitas e não existe uma forma de desenvolver algum sentimento pelos personagens, porque nós mal os conhecemos e eles simplesmente morrem. E uma vez que muitos são mortos durante atos sexuais explícitos é quase certeza que o diretor iniciou o projeto como um filme pornô que ficou sem verbas e que acabou por se tornar um filme de terror para obter mais fluxo do caixa para terminar o filme.

Os outros problemas são os diálogos. A palavra “fuck” é usada com tanta freqüência que até parece um mantra, Chega a parecer que um grupo de improviso decidiu levar uma câmera para uma pista de boliche e fazer um filme caseiro. Se você curte assistir filmes sem nenhum conteúdo, somente pela satisfação de ver corpos destroçados e alguma nudez este é o seu filme!


Para ser justo, BBK é um assassino até que legal. A máscara improvisada com uma bolsa de bolas de boliche parece meio idiota no começo, mas foi uma idéia bastante original e a maneira como ele mata as vítimas tem um toque todo especial: cada vez que BBK mata alguém no filme, aparece uma pontuação no placar na forma de uma caveira com ossos cruzados. Engraçado e original.

As mortes são, no mínimo, interessantes. O primeiro casal que morre, por exemplo, são asfixiados pelos seus próprios genitais no meio de um "69". O travesti Sam é morto em um banheiro e em seguida tem seu pênis mutilado post-mortem e transformado numa xoxotinha improvisada. Outra morte que achei extremamente divertida e original foi a da “Lustradora de Bolas Boca-Suja”. Ficou curioso? Assista ao filme, hehehehehehehe...

No restante todas as mortes incluem instrumentos de tortura criados a partir de pinos e bolas de boliche. Estacas, nunchakus, aríetes e outras adaptações dementes demais para citar sem foder (mais!) com o filme.

Em suma, “Gutterballs” é um filme que vale apenas para passar o tempo, ver uma putariazinha básica e umas mortes bem fiéis ao estilo gore. Não espere um final esclarecedor ou original. Assim como fez em “Hanger”, Ryan Nicholson só quer perturbar seu juízo e depois rir da sua cara.


Título: Gutterballs
Ano: 2008
País: Canadá/USA
Direção: Ryan Nicholson
Produção: Dan Walton, Roy Nicholson, Michelle Grady e Ryan Nicholson
Roteiro: Ryan Nicholson
Elenco:  
Dan Ellis
Nathan Witte
Mihola Terzic
Alastair Gamble
Candice Lewald

.

.