domingo, 11 de novembro de 2012

Bay of Blood



Uma milionária, proprietária de uma idílica baía, é assassinada pelo seu marido, que quer se apossar da sua fortuna. Mas o criminoso é morto logo de seguida por um vulto não identificado. Quando os familiares da senhora morta, e outras pessoas se desentendem por causa da herança deixada, inicia-se um massacre sangrento. E tudo se complica quando um grupo de jovens resolve acampar nas redondezas.
Esta é uma das melhores obras de horror do mestre Mario Bava. Tido como um dos filmes mais sarcásticos de toda história do cinema, "Bay of Blood" brinca com o espectador num jogo insano até estabilizar um nível de empatia entre as vítimas e o espectador para finalmente se mostrar como uma magnífica extensão do poder magnético do diretor sobre o seu filme e seu público.

Se este não for o filme mais violento de todos os tempos, pelo menos ganha na quantidade de corpos; nada menos que uma dúzia de assassinatos por diversos meios e muitas vezes das maneiras mais inusitadas: facadas, decapitação, empalamento, (cerca de dois de cada vez...ROOOOOXXXX), asfixia, tiros e por aí vai. Embora isso possa soar como um slasher comum, “Bay of Blood” é um excelente exemplo do gênero, principalmente devido ao estilo visual empreendido por Bava. Sua câmera é muitas vezes infiltrada rondando a cena, e ás vezes na primeira pessoa e na terceira, alternando nas tomadas numa técnica pioneira muito utilizada por Orson Welles. Neste filme em particular há um ligeiro excesso de zoom  e provavelmente porque teve que cumprir um rígido cronograma, porém muitos de seus zooms são absolutamente lindos e bem encaixados. Ele também usa um rack de foco para criar uma emoção nas mesmas tomadas, como quando a velha olha pela janela. Vemos seu rosto em foco, então a câmera parte para as gotas de chuva na janela. Isto combinado com a música cria um clima muito profundo da melancolia da personagem. Outra coisa que admiro bastante no cinema de Mario Bava é o seu controle de emoção-ritmo-humor; mudando de momentos deternura para o terror, ao ódio, da confiança ao engano, e muitas vezes em um rápido piscar de olhos. etc.
Experiências ousadas como esta sempre foram mal vistas pelos críticos, mas tiveram seus louros da Glória nas mãos de estilistas como Mornau, Polanski, Freda, Romero, Argento, Franco e, claro, Mario Bava e seu filho, Lamberto, e um punhado de outros diretores menos prolíficos. "Bay of Blood" é um bom exemplo do gênero slasher nas mãos de um mestre. Este é um dos meus filmes favoritos do velho Bava. Como sempre, ele faz o máximo de seus recursos limitados, mas este filme não se encaixa totalmente de acordo com a ideologia ou extensão de, digamos, "Black Sunday", "Kill, Baby, Kill," ou "Beyond the Door Pt.2". No entanto, se o fizesse, então seria um dos maiores filmes de horror de todos os tempos e para finalizar, uma coisa que poucos sabem é que este é o filme que inspirou a franquia "Sexta-Feira 13" e sem dúvida muitos outros slashers de sua espécie.
Título original: Reazione a Catena
Ano: 1971
Direção: Mario Bava              
Roteiro: Franco Barberi, Mario Bava, Filippo Ottoni, Dardano Sacchetti, Giuseppe Zaccariello
Produção: Giuseppe Zaccariello

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