quarta-feira, 13 de abril de 2011

Bad Biology: O retorno do maldito Henenlotter


Bad Biology é um dos filmes destinados a se tornar um cult entre os fãs de bagaceiras non-sense e hiper-sangrentas, e na minha opinião uma das melhores comédias dos últimos anos. Após nos presentear com pérolas como "Basket Case" (1982), "Brain Damage" (1990) e "Frankenhooker" (1990) o velho Frank Henenlotter mostra que ainda tem imaginação pra aterrorizar muita gente. A sinopse a seguir foi o que consegui fazer sem cair na tentação dos spoilers.

Jennifer (Charlee Danielson) nasce com sete clitóris, mas ao contrário do que muitos podem acreditar parecer uma bênção divina, esta malformação que sofre a leva a encontrar o homem certo para satisfazer o sua "pereca" insaciável. Mas acontece que os homens não estão preparados para fazerem amor com a pobre garota, pois todos são mortos por Jennifer após o sexo. Para piorar a situação, Jennifer também sofre com uma gravidez hiper acelerada onde gera crianças-mutantes após cada relação sexual.

Por outro lado temos Batz (Anthony Sneed), um rapaz que é atormentado por seu pênis mega gigantesco (e com personalidade própria!) de 50 polegadas, que deve ser drogado para que ele (o bráulio) seja controlado e deixe o pobre rapaz em paz. O problema é que nem sempre as drogas funcionam e o "peruzão" acaba por dominar o rapaz, fazendo-o trazer prostitutas para seu apartamento onde alimenta suas taras. Infelizmente, quem tem que se livrar dos corpos das "primas" é o pobre Bratz. O infeliz pirocudo faz diversas viagens noturnas para se "desfazer" dos corpos das prostitutas, que se estivessem mortos seriam desovas mais fáceis. O problema é que depois da transa, as garotas gritam ininterruptamente em orgasmos que duram até 12 horas!!!

Muitas surpresas esperam aqueles que assistirem esta obra-prima de Henenlotter. Além das deliciosas participações de Ginger Starr e Krista Robbins quem realiza os efeitos especiais do filme é o grande Gabriel Bartalos, celebrando com um stop-motion o avanço descontrolado do "bráulio" estuprador. A trilha sonora, assinada pelos rappers Prince Paul e Glazer Josh funciona como um encanto, embora pareça que abusou um pouco do estilo, tornando-o às vezes, cansativo.

Bad Biology é uma história de amor tempestuoso sobre duas pessoas a quem a cultura do sexo esmagou. Henenlotter procura fazer uma ousada crítica, com muito humor negro, sobre a forma de como a sexualidade é vivida hoje e de como isso afeta os menos favorecidos, sobretudo aqueles que aprendem desde o berço sobre o sexo sendo uma sujeira do caráter. Um exemplo claro é a cena em que vemos uma menina, falando a seus amigos sobre a piroca homérica de John Holmes, no mesmo momento em que o infeliz Batz tomava um café. Os jovens continuam a tocar no assunto até que uma delas fala que um membro daquela proporção só traria náuseas a uma mulher normal. Neste momento Bratz sai correndo, arrasado (afinal só a "cabeça" do seu perú daria metado do long-dong de Holmes) do café para vomitar de tanta vergonha.

Batz e Jennifer, os protagonistas de Bad Biology são dois monstros/vítimas que nasceram como resultado/causa de um mundo movido pelo sexo, e que devem suportar os seus efeitos terríveis numa grotesca paródia shakespeariana.

Titulo original: Bad Biology (USA, 2008).
Diretor: Frank Henenlotter.
Direção: Frank Henenlotter & R.A.The Rugged Man.
Elenco: Charlee Danielson, Anthony Sneed, Tom Kohut.


 

0 comentários:

Postar um comentário

.

.